Mudanças nas tarifas de importação de veículos usados: como ficará o mercado paralelo?
Quer saber mais sobre as mudanças nas tarifas de importação de veículos usados? Então, descubra neste artigo!
As mudanças nas tarifas de importação de veículos usados estão no centro de debates que podem transformar o mercado automotivo brasileiro, especialmente o chamado “mercado paralelo”. Curioso para saber mais sobre o assunto? Então, continue lendo este artigo até o final!
Entenda as mudanças nas tarifas de importação de veículos usados
Recentemente, o Brasil vem discutindo alterações nas tarifas de importação de veículos usados que podem transformar o mercado paralelo.
Com propostas em análise no Congresso e ajustes nas alíquotas, motoristas, importadores e montadoras acompanham atentamente os desdobramentos. Confira a seguir quais são eles.
Cenário atual e propostas legislativas
Até o momento, a importação de carros usados no Brasil está proibida, exceto em casos excepcionais, como veículos com mais de 30 anos para coleção ou repatriados por herança.
No entanto, o Projeto de Lei 6.468/2016, em tramitação na Câmara dos Deputados, propõe autorizar a importação de usados desde que atendam às normas brasileiras, incluindo padrões de segurança e emissões.
O texto estabelece que o imposto incidido sobre usados não será maior do que 1,5 vezes o valor aplicado sobre veículos novos equivalentes, buscando criar uma base tributária justa.
Impactos no mercado paralelo
A regularização da importação de usados deve ter efeitos complexos no mercado paralelo.
Por um lado, ela ampliará a variedade de modelos disponíveis, criando oportunidades para importadores, oficinas especializadas e segmentos como mecânica, lanternagem, funilaria e seguro automotivo.
Por outro, pode pressionar os preços dos veículos usados nacionais, reduzindo margens de lucro e aquecendo a competitividade.
No entanto, há preocupações legítimas: entidades como Denatran e Anfavea alertam que a entrada de modelos sem procedência pode comprometer a segurança e dificultar recalls ou assistência pós-venda.
Além disso, a tarifa de importação de veículos usados, se mantida acima de 60%, pode continuar estimulando a informalidade, com práticas de contrabando para driblar tarifas e regularização.
Tarifas e incentivos podem moldar o futuro
Uma alíquota calculada com base em 1,5 vezes o equivalente ao novo, prevista no PL, pode evitar dois extremos: impor tarifas tão altas que inviabilizem a importação legal, ou tão baixas que incentivem importações em massa sem benefício ao mercado nacional.
A medida provisória do Programa Mobilidade Verde (Mover) também vetou vantagens fiscais para carros usados, limitando o impacto no setor automotivo nacional.
A queda do estoque nacional, verificada com a implementação de tarifas sobre importações e a tendência de alta nos preços atacadistas também sinalizam que qualquer flexibilização seria recebida com impacto imediato no balanço nacional.
Sendo assim, o apoio ou rejeição do setor dependerá da forma como as tarifas sejam calibradas e do fortalecimento da fiscalização.
O mercado paralelo pode se profissionalizar
Com a legalização e tributação clara, o mercado de carros importados usados tende a ganhar maior formalidade.
Novas empresas podem surgir, especializadas em importação, certificação, documentação e homologação.
A cadeia de valor se expande: despachantes aduaneiros, despachantes de trânsito, oficinas com know-how de padrões internacionais e corretoras de seguro, um movimento que tende a gerar empregos e renda.
Por outro lado, o setor precisa enfrentar desafios: lidar com diversidade de marcas e modelos, garantir padrões de segurança e adaptabilidade às regulações brasileiras.
Sem isso, o risco de retrocesso no combate ao mercado informal permanece elevado.
Panorama e lições para motoristas e investidores
A proposta de legalização da importação de carros usados sinaliza uma mudança de paradigma.
Pode trazer modernização e novos negócios, mas requer uma tributação bem calibrada, fiscalização rigorosa e suporte regulatório.
Se bem implementado, o sistema dará aos consumidores mais opções, fomentará um mercado paralelo formal mais robusto e reduzirá riscos associados ao comércio informal.
Por isso, motoristas e investidores devem acompanhar de perto as votações do PL, buscar garantias sobre certificações obrigatórias e monitorar tributações futuras.
Na prática, o sucesso desta transição depende do equilíbrio entre abertura de mercado e segurança. Pois é só assim que a nova fase do mercado de usados funcionará de fato para o Brasil.